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Terceirizados do RU têm sobrecarga de trabalho por falta de funcionários

  • Foto do escritor: spjjorufsc
    spjjorufsc
  • 4 de abr. de 2023
  • 3 min de leitura

Atualizado: 14 de abr. de 2023

Equipe de 30 trabalhadores prepara e serve comida para quase 11 mil pessoas no almoço

[Gabriela Mariotto, Malena Lima e Vinícius Graton]

RU atende em média 11 mil pessoas por refeição | Foto: Vinícius Graton


Terceirizados do Restaurante Universitário (RU) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis, estão trabalhando com quadro de funcionários reduzido durante contrato emergencial, iniciado em fevereiro de 2023. Eles relatam ausências de colegas em decorrência de problemas de saúde desenvolvidos no ambiente de trabalho.

A empresa contratada para realizar o serviço no RU, a ONDREPSB, opera desde o retorno às aulas presenciais, em abril de 2022. O contrato era válido até fevereiro de 2023, mas foi estendido por dois meses, até o final de abril, através de uma renovação emergencial. O presidente do Sindicato dos Empregados em Empresas Prestadoras de Serviços de Asseio e Conservação de Florianópolis (Sindlimp), Neucir Paskoski, afirma que, após a renovação, o quadro de funcionários ficou menor. “Manter um contrato desse com um número tão reduzido de funcionários é prejudicial também para a empresa, porque vai ter afastamento por atestado médico, por problema de saúde ocupacional, daqui a pouco perícia, daqui a pouco acidente de trabalho”.

De acordo com a diretora do RU, Maria das Graças Martins, inicialmente, a cozinha contava com 38 auxiliares por turno. Agora, são 30. "A ONDREPSB deixa muito a desejar, ela não tem um olhar voltado aos seus funcionários, não se interessa”, critica a diretora.

A equipe do restaurante conta que, por causa das faltas de colegas, a cozinha opera com ainda menos funcionários. Na quarta-feira, 12 de abril, quando a reportagem esteve no RU, apenas 25 funcionários prepararam e serviram o almoço para mais de 11 mil pessoas.

As faltas estão relacionadas, muitas vezes, a doenças ocupacionais, como lesões nas costas e ombros. Alguns casos chegam a ser extremos. Há relatos em redes sociais sobre o desmaio de uma funcionária durante o turno de 30 de março.

Em redes sociais, funcionários do RU relatam condições precárias de trabalho nas cozinhas. Imagem: Reprodução


Por conta das ausências, os funcionários precisam assumir mais de uma função na cozinha do restaurante. “Cozinheiros precisam parar seu trabalho para fazer a função de auxiliar [de cozinha]”, relatam os trabalhadores.

Maria das Graças explica que a administração está em processo de licitação para contratar outra empresa. Segundo Neucir Paskoski, a ONDREPSB não demonstra interesse em participar da próxima licitação. “Ela poderia ter retirado seus trabalhadores, deixado a Universidade na mão, mas renovou o contrato de forma emergencial para a universidade fazer nova licitação ou contratar outra empresa”, diz Paskoski. A previsão é que a nova empresa comece a trabalhar em maio.

Problemas também em outros serviços


A cozinha do RU não é o único serviço terceirizado na UFSC. Com o fim dos concursos públicos para diversas áreas, limpeza, manutenção, segurança e portaria passaram a ser terceirizados. Esses trabalhadores também enfrentam problemas de sobrecarga, além de atraso no pagamento.

Protesto na reitoria da UFSC dos terceirizados da D&L, responsável pela portaria, por atraso de salários | Foto: Malena Lima


Pela legislação, a contratante não está isenta de responsabilidade em caso de conflitos entre a empresa contratada e seus funcionários. Entretanto, Maria das Graças Martins considera que, apesar de haver uma relação amistosa com os terceirizados, a Universidade não possui vínculo com eles.

Ela explica que a relação da UFSC com a ONDREPSB é baseada em ferramentas como o Instrumento de Medição dos Resultados (IMR), uma avaliação mensal estabelecida a partir dos critérios contratuais. O IMR é utilizado para corrigir as falhas da empresa e descontar os valores referentes às faltas dos empregados e à insatisfação com os serviços terceirizados.

Nossa equipe não conseguiu contato com a ONDREPSB até a finalização da reportagem, em 14 de abril, mas a reportagem pode ser atualizada a qualquer momento, conforme a resposta da empresa.







 
 
 

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